IV ENCONTRO BOAS PRÁTICAS MUSEOLÓGICAS

INTERCONEXÃO ENTRE MUSEUS INSULARES

Angra do Heroísmo / Praia da Vitória (Terceira-Açores) 27 a 29 de Outubro de 2022

Resumo e Objetivos

O IV ENCONTRO BOAS PRÁTICAS MUSEOLÓGICAS: Interconexão entre museus insulares. Açores, Madeira e Canárias irá decorrer nas cidades da Praia da Vitória e Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, Açores, de 27 a 29 de outubro de 2022, numa iniciativa conjunta das entidades, Instituto Histórico da Ilha Terceira (IHIT), CHAM – Centro de Humanidades da Universidade dos Açores e da Rede de Museus e Coleções Visitáveis dos Açores.

Para este encontro propõe-se como principal objetivo uma reflexão sobre a pertinência da interconexão entre museus insulares estendendo o debate aos arquipélagos vizinhos da Madeira e Canárias, num quadro de conhecimento e reforço das identidades insulares e atlânticas, e da sua sustentabilidade, no que concerne às problemáticas de funcionamento e financiamento das unidades museológicas, bem como sobre os desafios das possibilidades do trabalho cooperativo e em rede.

Com o apoio da Direção Regional da Ciência e Transição Digital, com a Referência. M3.3.B/ORG.R.C./005/2022

 

Sinopse

Os Encontros de Boas Práticas Museológicas são uma iniciativa do CHAM Açores, unidade de investigação universitária vinculada à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (FCSH/UNL) e à Universidade dos Açores (UAç) que têm procurado, desde 2017, em parceria com as câmaras municipais locais, proporcionar momentos de troca de experiências e de debate, sobre os desafios que são colocados a todos os atores e intervenientes nos processos e nas vivências dos museus.

A realização dos Encontros tem como propósito promover a participação de um conjunto diversificado e alargado de intervenientes, profissionais e estudiosos, na área do património cultural, na expectativa de fomentar a troca de experiências e de saberes, assim como a produção de conhecimento em torno desta mesma área.

As primeiras três edições aconteceram na ilha de S. Miguel, sendo que o I Encontro realizou-se no Museu Vivo do Franciscanismo, na cidade da Ribeira Grande, e nele se discutiram questões em torno das boas práticas de inventário. O II Encontro, realizado no Museu Municipal de Lagoa, procurou centrar-se no papel dos serviços educativos e de mediação, bem como da sua articulação com as restantes áreas/funções dos museus. Por último, o III Encontro, que decorreu no Centro Municipal de Atividades Culturais, na Vila do Nordeste, teve como temática as problemáticas e os desafios do turismo e dos turistas enquanto público-alvo dos museus.

Cada vez mais os museus se afirmam, na contemporaneidade, como locais abertos e de comunicação entre indivíduos, procurando facilitar a aprendizagem e o conhecimento de aspetos como a compreensão do passado e a complexidade das alterações do mundo moderno. Nesse contexto, os museus locais e regionais que surgiram com grande ímpeto nas Regiões Autónomas dos Açores e Madeira, especialmente após o 25 de abril de 1974, têm procurado, em geral, fazer pontes entre o passado das comunidades que representam, a etnografia, as tradições, usos e costumes desses locais e o presente dessas mesmas comunidades onde o envelhecimento, a redução demográfica e a perda da memória são desafios constantes que importa reverter.

Ao longo dos seus percursos, estes projetos deparam-se, frequentemente, com a falta de apoios técnicos e financeiros, empurrando-os para um indesejável esmorecimento, pese embora o facto de alguns continuarem, ou pretenderem continuar a constituir-se como elementos de atratividade dos territórios, num contexto em que o turismo rural e o turismo da natureza são cada vez mais valorizados.

Os arquipélagos dos Açores, Madeira e Canárias, juntamente com Cabo Verde, fazem parte do espaço biogeográfico da Macaronésia. O cronista açoriano Gaspar Frutuoso (1522-1591) já evidenciava, em pleno século XVI, no seu livro Saudades da Terra, esta forte ligação arquipelágica e identitária, dos arquipélagos atlânticos das Canárias, Cabo Verde, Madeira e Açores, podendo ser considerado o precursor desta inovadora perspetivação da realidade histórica insular. Ele terá sido ainda o pioneiro a evidenciar e delinear os traços comuns destas sociedades nascentes, tanto ao nível geográfico, como ao administrativo e económico. Na realidade, não estava equivocado quando tentou essa abordagem, pois os referidos arquipélagos pertencem à Macaronésia, ao mesmo tempo que fazem parte de um conjunto que é o Atlântico e a Europa (Alberto Viera, 2016). 

Por este conjunto de razões, o tema deste IV Encontro de Boas Práticas Museológicas propõe-nos uma reflexão sobre a pertinência da interconexão entre museus insulares estendendo o debate aos arquipélagos vizinhos da Madeira e Canárias (esperando-se alargar a participação a Cabo Verde em 2023), num quadro de conhecimento e reforço das identidades insulares e atlânticas e da sua sustentabilidade, sobre as problemáticas de funcionamento e financiamento das unidades museológicas, bem como sobre os desafios das possibilidades do trabalho cooperativo e em rede.

Comissão Organizadora

Duarte Nuno Chaves

CHAM – FCSH/NOVA-UAc

Francisco Maduro Dias

RRMCVA

Graça Alves

SRTC – DRC/RAM

Guiomar Belo Marques

IHIT

Idalmy Gonzalez Gonzalez

UNED/ULPGC

Joana Martins

CHAM Açores / UAc

José Rocha Olívio Mendes

IHIT

Maria Manuel Velasquez

IHIT

Marta Bretão

IHIT

Organização

CHAM – Centro de Humanidades

Rede de Museus e Coleções Visitáveis dos Açores

Instituto Histórico da Ilha Terceira

Câmara Municipal de Angra do Heroísmo

Câmara Municipal da Praia da Vitória